sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

crônica para a síria


dia a dia, os países dão sinais de que a guerra na síria está longe de acabar: israel ataca damasco. irã e rússia criticam o ato, mas fornecem armas ao regime. israel fica em silêncio, e enquanto isso, americanos estão preocupados com a presença do hezbollah no conflito.  
a síria se transformou num palco. os atores são tanques. sua fala é sempre a mesma. no mesmo tom, para a mesma plateia.

daraya, sudoeste de damasco, tem sido palco de violentos combates na síria entre rebeldes e exército. um conflito aparentemente sem fim, sem tolerância, sem acordo.

seres invisíveis eram os alvos dos tanques. não se tem certeza de que o vídeo é atual. ou se tem uma semana, um dia, uma hora, um mês. nem importa mais. o tempo na síria não passa. os escombros e a fumaça fazem parte permanente do cotidiano.

o cenário é branco. o ar, irrespirável. a morte ronda as ruas da capital damasco. o país está se desfazendo aos olhos do mundo, como já alertou o mediador brahimi, da onu.

são milhares de pessoas. mais de 80 mil mortos. 
outras dezenas de milhares sem saber se vivem ou se estão no inferno. sobrevivem em acampamentos na jordânia, turquia e todos os vizinhos solidários da síria.

a fome, o frio, as doenças, a falta de abrigo decente são melhores do que estar na síria.
a discussão agora não é sobre essas pessoas. o foco é outro.

é sobre o bombardeio de israel a damasco. por que atacaram? porque acham que quando assad cair, armas químicas podem cair nas mãos do hezbollah. isso é o que tentavam destruir. mas os aliados da síria, china, rússia e irã já reclamaram do ataque.

a guerra é uma cortina de fumaça e um jogo de interesses. 
a rússia e o irã, que é inimigo mortal de israel, são os mais críticos ao bombardeio israelense a damasco. por outro lado, fornecem secretamente armas ao regime de assad. 
é o que pensa a casa branca.

mediadores pedem o fim da violência. rebeldes lutam. o exército luta. vizinhos abrigam. aliados dão armas. não-aliados fazem discursos. israel ataca. 

e a síria é apenas uma flor solitária num temporal de ódio.

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